Lesão muscular: entenda a diferença entre estiramento e contusão

Ter uma lesão muscular não é algo incomum, não é mesmo? E, como você sabe, isso pode acontecer em nosso dia a dia, quando pegamos um objeto pesado do chão de maneira errada ou mesmo ao praticarmos atividades físicas como a musculação. Mas o que talvez você desconheça é que não existe apenas um tipo de lesão muscular. Entre as principais categorias do problema, podemos destacar o estiramento e a contusão.

A verdade é que muita gente fala erroneamente desses dois tipos de lesão como se eles se referissem a um mesmo diagnóstico. Mas cada caso tem suas particularidades, características e sintomas. Quer saber mais detalhes sobre o que é o estiramento muscular e a contusão? Então continue a leitura e confira!

O que é o estiramento muscular?

No estiramento há o alongamento excessivo das fibras dos músculos. É muito comum em praticantes de atividades físicas, pois muitas pessoas acabam realizando movimentos repetitivos de maneira errada (com postura incorreta, compensações inadequadas ou mesmo com sobrecarga).

Contrações realizadas de forma explosiva, ou seja, feitas rapidamente e com carga acima do ideal, também geram o problema. Quando o estiramento acontece, o indivíduo normalmente sente uma dor imediata e, no momento em que ela ocorre, pode ser ouvido o som de um estalido. É possível ocorrer perda de força muscular, da amplitude de movimento e também de flexibilidade.

Além das causas derivadas da realização inadequada de algum movimento ou atividade física, contribuem para o estiramento outros fatores, como problemas hormonais e nutricionais, fadiga muscular, falta de aquecimento e de alongamento, má postura, lesões pregressas, infecções e diferenças entre os comprimentos dos membros inferiores.

As regiões mais propícias para a ocorrência desse tipo de lesão são os músculos posteriores, anteriores e internos da coxa, bem como os da panturrilha. É na junção músculo-tendão que o problema costuma acontecer. Entretanto, qualquer parte do músculo está suscetível ao estiramento.

Como identificar e tratar?

O ideal é procurar o médico imediatamente após sentir sintomas como dores localizadas ou decorrentes da palpação e contração. Para completar o diagnóstico, é importante fazer uma ultrassonografia do local. Além disso, entender o histórico e a rotina de exercícios do paciente ajuda a identificar possíveis causas.

O tratamento deve ser feito à base de anti-inflamatórios prescritos pelo médico. Recomenda-se a utilização de gelo, repouso, TENS (Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea) e elevação da área lesionada, na fase aguda, por até 7 dias após o incidente. Depois, o fisioterapeuta deve iniciar movimentos de mobilização suave até que sinta que as fibras musculares estão respondendo bem aos estímulos para, então, iniciar algum tipo de fortalecimento.

Esses exercícios vão evoluindo até que o músculo volte a ficar saudável. Vale lembrar também que o recomendado é aguardar a efetiva recuperação do local antes de voltar a realizar atividades pesadas. A cicatrização total costuma ocorrer em até quatro semanas. Trabalhos de fisioterapia específicos podem garantir a recuperação mais rápida do músculo.

Quais são os tipos de estiramento?

A lesão pode ocorrer em diferentes níveis segundo a gravidade, o que influencia a aparência do edema, a dor que o indivíduo deve sentir e o tempo de recuperação. Veja as particularidades de cada caso a seguir.

Grau I

É quando ocorre a ruptura das fibras musculares em menor quantidade. Nele, menos de 5% das fibras são afetadas, e o edema que se forma por conta do processo inflamatório é menor. É uma lesão leve, que não compromete os movimentos e só provoca dor quando a região é pressionada ou esticada. A hemorragia, quando presente, é pequena. A recuperação costuma ser rápida.

Grau II

Neste caso, a lesão pode atingir entre 5% e 50% do músculo. Há os mesmos sintomas do grau anterior, mas eles são mais intensos. Além disso, é possível que o indivíduo sinta dor. O processo inflamatório e a hemorragia são mais significativos, e há a maior inutilização do músculo. Por causa do aumento da gravidade da lesão, o tratamento é mais lento.

Grau III

Caracteriza-se pela lesão de mais de 50% do local. É grave e compromete a função do músculo. Pode haver contração acompanhada de dor moderada ou intensa. Há forte hemorragia. O edema e o defeito muscular causados podem ser visíveis e também palpáveis.

O que é a contusão muscular?

A contusão muscular se caracteriza por uma lesão violenta no corpo, como um trauma. É, na maioria das vezes, de alta gravidade e pode gerar fraturas e traumatismo craniano, além de hemorragia. Tem capacidade de causar danos internos e também externos, no caso de objetos cortantes ou de acidentes de grande proporção.

É justamente por causa do alto impacto do trauma que os vasos sanguíneos se rompem, formando um grande hematoma e uma mancha de cor roxa no local atingido. As principais causas das contusões musculares são os choques que podem ocorrer num acidente de trânsito ou mesmo durante a prática esportiva. Atletas, como jogadores de futebol, sofrem esse tipo de lesão com mais frequência.

A dor é intensa tanto no momento do impacto quanto depois e há a formação do hematoma algumas horas após o acidente. Normalmente, ocasiona perda de força e limitação do movimento por um longo período. Esse tempo prolongado necessário para a recuperação é típico, por exemplo, de lesões no sistema nervoso que, em alguns casos, se tornam irreversíveis.

Como é o tratamento?

Dependendo da gravidade do trauma, a pessoa deve ser encaminhada para o serviço de emergência mais próximo, como no caso das fraturas. Em situações mais leves, o ideal é colocar gelo imediatamente, visando a limitar o processo inflamatório. Após o primeiro momento, devem ser utilizados os remédios prescritos pelo médico.

Normalmente, também é necessário fazer fisioterapia. O uso de TENS, de aplicações com gelo e a imobilização das articulações próximas ajudam nessa fase aguda. Já na fase crônica, os movimentos devem ser introduzidos aos poucos, conforme o intumescimento diminui. Movimentos de mobilização suaves são os mais indicados. A Ginástica Holística tem um arsenal de ferramentas adequadas para esses casos.

Como evitar as lesões?

Para prevenir, o ideal é fazer um aquecimento antes de iniciar qualquer atividade física. Uma ótima forma de fazer isso é alongar o corpo, já que a prática aquece e ajuda a aumentar a flexibilidade. Outra dica é investir no fortalecimento muscular por meio de atividades específicas e controladas por profissionais capacitados.

No caso de esportes de impacto, como o futebol, o uso de equipamento para auxiliar na proteção e na estabilização das articulações pode ajudar a evitar lesões maiores ou mesmo a reincidência.

Outro fator importante é a alimentação, que deve adequar-se à rotina da pessoa e às atividades físicas praticadas. A nutrição inadequada facilita o estiramento muscular. Lembre-se também de não sobrecarregar o corpo com cargas ou tarefas excessivas. É importante fazer atividades de maneira gradual, respeitando, sempre, os próprios limites. Daí ser fundamental procurar orientação de bons profissionais.

Como vimos, existem tipos diferentes de lesões e também de estiramento muscular. Cada um deles apresenta particularidades e graus de periculosidade diferentes. Devem, portanto, ser corretamente diagnosticados para, em seguida, receberem o tratamento adequado, de maneira a garantir a recuperação.

Além do mais, é preciso estar atento ao próprio comportamento no dia a dia, sobretudo na hora de se exercitar. Precaver-se e fazer as atividades físicas da maneira correta, com atenção e acompanhamento profissional, ajuda a evitar o estiramento muscular ou a contusão e manter a qualidade de vida.

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